segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Etapas da pesquisa científica

A pesquisa científica é composta por fases que respondem a uma pergunta inicial, originando uma espécie de investigação. Estas etapas têm uma ordem, seguindo um raciocínio lógico que ajuda na resposta da questão que impulsionou a investigação. De cada uma das etapas pode se tirar conclusões, porém, para tirarmos conclusão de uma etapa, precisamos da anterior e assim sucessivamente.

Etapa 1 – Seleção do Tema da Pesquisa

O tema da pesquisa deve se relacionar ao tema a ser trabalhado, dentro de uma área determinada. Os interesses, inclinações, aptidões e a qualificação profissional dos pesquisadores e pesquisadoras devem ser levadas em conta. A realização de um trabalho exige motivação e ânimo e nem sempre estão ligados a interesses pessoais, e sim aos interesses de uma sociedade.

Etapa 2 – Levantamento de Dados

Os levantamentos de dados são importantes para ter uma idéia geral das discussões que estão sendo feitas sobre o tema e para a formulação do problema, podendo ser feito através de pesquisa bibliográfica, documental ou de campo. ”A pesquisa bibliográfica destina-se mais ao reconhecimento do campo de pesquisa, enquanto que a pesquisa documental e a pesquisa de campo são mais adequadas para o reconhecimento de situações específicas com que se quer trabalhar.”

Etapa 3 – Formulação do problema

“Uma vez que o campo de pesquisa já seja conhecido, o pesquisador ou pesquisadora estará familiarizado com seus problemas e com as principais formas de trabalho utilizadas para lidar com eles. A imaginação e a criatividade entrarão como auxiliares na identificação de um ângulo diferente, uma contradição ou uma lacuna no conhecimento ainda pouco explorados ou, ainda, no reconhecimento do potencial do estudo de uma situação real ou do emprego de um método um pouco modificado. Além disso, a formulação do problema deve observar 4 aspectos:
- Viabilidade ou exeqüibilidade: a execução da pesquisa que buscará sua resposta exige esforços, materiais e pessoal além do que é possível no contexto concreto de sua execução? Exige uma tecnologia ainda não existente? Quais são as condições reais de sua realização?
- Relevância: qual a importância desse problema? Que benefícios trará para a comunidade?
- Novidade: o problema já foi alvo de muitas pesquisas? Seu exame trará novos elementos aos debates já existentes no campo de conhecimento em que está inserido?
- Oportunidade: que interesses estão envolvidos na solução do problema? Há interesses governamentais, privados ou sociais que facilitam sua investigação?”

Etapa 4 – Construção de hipóteses
As hipóteses devem ser construídas observando o máximo de simplicidade e clareza e sua possibilidade de verificação empírica. Quando dizemos que uma hipótese deve ser simples quer dizer que ela deve conter apenas uma idéia, deve expressar apenas uma relação possível entre os elementos da pesquisa. Quanto mais idéias contidas na hipótese, mais difícil fica sua utilização. Uma hipótese clara especifica, sem ambigüidades nem dúvidas, a relação esperada entre os elementos do problema. A verificação empírica é a propriedade da hipótese que possibilita que ela seja observada na realidade. Hipóteses contendo idéias impossíveis de verificação direta não são cientificamente válidas. Observe que algumas teorias levam a hipóteses que, embora passíveis de verificação, não conseguem ser testadas com os meios disponíveis no estágio tecnológico atual; nesse caso, a hipótese é válida; quando o nível tecnológico progredir, a hipótese poderá ser testada.

Etapa 5 – Delimitação da pesquisa
Também é uma etapa muito importante, pois aqui serão estabelecidos os limites da investigação. Nossos esforços são limitados pelo tempo, pelos recursos, pelo espaço. Dessa forma, estipular exatamente qual vai ser o alvo da investigação é um passo essencial para garantir que os recursos e o tempo disponíveis serão empregados de forma racional e eficiente.
A delimitação pode ser feita em relação ao assunto ou à extensão do esforço de pesquisa. Quando feita em relação ao assunto, faz-se um recorte no tema proposto, localizando-o ainda mais. Quando feita em relação à extensão do esforço de pesquisa, as ações são localizadas espaço-temporalmente. Lembre-se que essa delimitação deve ser feita sempre sob a orientação da teoria que está embasando a pesquisa.

Etapa 6 – Definição dos métodos
A escolha do método é um exercício de imaginação. É preciso imaginar o problema e imaginar a situação, imaginar como o método poderá fornecer as informações que precisamos, quais os seus pontos fracos, quais seus pressupostos lógicos. Existe uma variedade enorme de métodos de pesquisa disponíveis. Os pesquisadores e pesquisadoras devem optar por um método que possa ser aplicado às condições do problema e da situação que se quer estudar. Caso essa aplicação não possa ser feita seguindo integralmente as diretrizes estabelecidas durante a criação do método ou técnica desejada, podem-se realizar as alterações necessárias após um estudo metodológico. A escolha deve partir das hipóteses formuladas. É nelas que estarão as variáveis principais da pesquisa e a relação que se quer investigar.

Etapa 7 – Organização dos recursos
A fase de organização dos recursos segue-se à definição dos métodos, uma vez que estes é que vão determinar que instrumentos serão necessários à investigação em cada uma dessas fases. A organização deve ser o mais detalhada possível, pois muitas vezes é difícil solicitar mais verbas ou mais materiais uma vez que a pesquisa esteja em andamento.

Etapa 8 – Coleta de dados
Finalmente, chegamos à etapa que é mais lembrada quando pensamos nas atividades de pesquisa. Quando falamos em dados, estamos nos referindo às informações que serão obtidas a partir das técnicas selecionadas para isso. Uma mesma pesquisa pode demandar a coleta de dados quantitativos e qualitativos: os primeiros são constituídos por informações que se podem mensurar; os segundos, por outro lado, são informações relacionadas a características, opiniões, impressões, etc.

Etapa 9 – Sistematização e análise de dados
As informa ções, depois de coletadas, não constituem ainda os resultados da investigação. Para realmente serem consideradas resultados precisam ser organizadas e analisadas. Os dados coletados, naturalmente, serão variáveis, apesar da uniformidade dos métodos empregados, sobretudo na área das ciências humanas. Uma vez que você padronizou o método de coleta, terá certeza de que a variação observada corresponde a um comportamento natural do fenômeno estudado. São elaboradas tabelas e gráficos, diagramas, quadros, classificações e aplicados métodos estatísticos, para que os pesquisadores percebam um comportamento geral das variáveis pesquisadas, um padrão em meio à variação. Tais padrões constituirão os resultados da investigação.

Etapa 10 – Interpretação dos resultados
A fase de interpretação dos resultados é aquela em que os pesquisadores, de posse dos dados sistematizados e analisados, lhes dão significado à luz do problema inicial. É aqui que esses resultados são discutidos e comparados com resultados de outras pesquisas relatados na literatura, com as expectativas iniciais dos pesquisadores e com as hipóteses e objetivos que guiaram a investigação. Afinal, os resultados apóiam ou contradizem as hipóteses do trabalho? São semelhantes ou diferentes de outros resultados relatados na bibliografia analisada? Houve surpresas? Que informações novas foram registradas? Quais as conclusões a que se pode chegar? A resposta a essas e outras perguntas permitirá que sejam explorados todos os aspectos e características possíveis dos resultados obtidos, fazendo com que a pesquisa tenha sido aproveitada ao máximo.

Etapa 11 – Comunicação dos resultados

A fase de comunica ção é a última, a que conclui a pesquisa realizada. Através dela tanto a comunidade científica quanto a sociedade em geral poderão avaliar e utilizar os resultados obtidos. Sem a fase de comunicação, a pesquisa se torna apenas um esforço perdido ou um monte de papéis empoeirados no escritório de um pesquisador. A comunicação se dá através da redação de um documento científico cujas técnicas de construção serão exploradas nas seções seguintes.

Fontes: http://contextopolitico.blogspot.com/2008/11/metodologia-do-trabalho-cientfico-fases.html
http://www.guanis.org/metodologia/as_etapas_da_pesquisa.pdf
http://www.blogconsultoria.natura.net/wp/wp-content/uploads/2010/03/pesquisa.jpg(Imagem)

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